9 de jun. de 2009

Éolo

A depressão faz a gente adoecer de outros males. Faz a imunidade cair e ficamos suscetíveis às doenças oportunistas. Raramente eu tenho um dia sem algum tipo de dor ou desconforto.
Saio de uma gripe direto pra a sinusite (consequência uma da outra), depois vem infecção urinária, dor nas costas (lombar e depois cervical), dor de cabeça, dor no ciático, e as coisas vão se alternando.
O medicamento que o médico receitou há trinta dias fez efeito afinal. Já não sinto tontura, falta de equilíbrio e coordenação motora, zumbido no ouvido, boca dormente e etc e etc. Imagine, perdi quase dez quilos. Foi surpreendente como esses sintomas se foram. Mas desde ontem sinto um tremor no corpo, como o que se tem pela ausência de alimento. Sinto muito frio o tempo todo, fico arrepiada mesmo de meias e casaco de lã. Não vi mais o psiquiatra que me receitou esse medicamento. Estive com uma psicóloga do CAPS que me disse que ele havia ido embora da cidade, mas que haveria outro muito em breve. Também não tenho mais ido à terapia com aquela minha amiga psicóloga do hospital. Neste mês não tenho grana pra pagar a aula de violão e não sei se terei no mês seguinte, pois fui dispensada do turno vespertino, no trabalho, e (in)justamente por causa das faltas que tive nos meus piores dias. Como eu disse antes, quando a gente tá pra baixo, vem sempre alguém nos colocar mais abaixo ainda.
O lado bom é que muitas vezes vem alguém nos ajudar a levantar.
Éolo...
Enfim pude ver seus olhos doces, pude beber aquela paz, aquela calma...
O dia amanhece e tudo volta ao lugar de sempre: os problemas, as pessoas, os medos, a falta de grana hoje e daqui pra frente até não sei quando, a incerteza, a ansiedade. Éolo diz que não sou doente, mas são as coisas que me cercam que me adoecem. Ele está certo?! Meu desejo é mudar de cidade, de trabalho, de ruas, de ares. É pegar uma folha em branco e começar a escrever tudo novo. Algumas pessoas dizem que onde quer que vamos os problemas serão os mesmos porque nos acompanham. Mesmo assim eu queria tudo novo, ter pelo menos um cenário diferente, poder escolher ao menos o trabalho a que me dedico. Ficar longe dos hipócritas que conheço, e talvez conhecer hipócritas novos, se não tiver jeito.

2 comentários:

  1. Sou um pouco parecida com vc. Tenho dismorfia desde os 8 anos de idade mas só agora aos 26 anos eu fiquei sabendo que tem um nome pra isso. Fiz terapia dos 8 aos 14, saí pq não vi resultado, voltei aos 20, sai aos 21, voltei aos 24, sai de novo e voltei agora aos 26 junto com o tratamento psiquiátrico. Fiquei afastada do serviço 1 semana e depois que voltei tive que faltar mais 3 dias com atestado médico. Como o remédio não deu resultado, o psiquiatra dobrou a dose. Espero que as coisas comecem a mudar.

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  2. Criei um blog pra contar meu tratamento com a dismorfia corporal. Csao queira acompanhar. http://diariodeumadismorfia.wordpress.com

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