De cabeça para baixo

Minha vidinha tá de cabeça para baixo... qual é a novidade?!

Há um mês atrás eu tive que escolher entre duas ofertas de trabalho. Escolhi aquela que oferecia um melhor salário, pois minha necessidade de recomeçar minha vida depende exatamente disso - dinheiro. A empresa tem um problema bem sério e difícil de resolver e os patrões tinham a expectativa de que eu seria a solução de tudo. Um consultor que estava atuando lá abandonou o projeto e disse que já havia "me passado o serviço", mentindo é claro, e aí, somando muitas outras coisas negativas, eu decidi não ficar. Saí e alcancei a outra oferta, que ainda estava aberta. "O cara" que me entrevistou, um dos donos da empresa, me prometeu plano de saúde, vale transporte e um salário X, registrado em carteira. Disse que precisava de uma pessoa qualificada, estratégica, e elogiou meu currículo. Depois que aceitei, descobri que não há benefício algum, nunca houve, e o meu cargo se restringe a fazer ligações de cobrança a clientes. Além disso, não registram funcionários, não há recolhimento de impostos sociais, não há nenhuma segurança, nenhum direito social assegurado.

Gente, eu juro, tô com muita raiva. Muita mesmo. Eu gasto com quatro transportes por dia e isso é uma boa grana do salário que eu "acho" que vou receber.

Minha auto-estima  está sentada num banquinho olhando na minha cara, perguntando o que eu vou fazer a respeito. E eu aqui, morando de favor na casa de parentes, sem eira nem beira, sem rumo mesmo, sem a menor condição de alugar um quartinho para mim e minha filha. Aí vem gente desse tipo, com esse caráter reprovável e ferra ainda mais com minha vida. Eu, cheia de valores, de ética, de respeito ao próximo, de profissionalismo, e o que adianta isso tudo quando me deparo com alguém dessa estirpe?!

Vamos lá... currículos espalhados aos quatro ventos, circulando pelo cyber-espaço, direcionados aos quatro cantos do mundo. Alguma coisa tem que acontecer, mais cedo ou mais tarde, alguma coisa VAI acontecer. E está tudo bem se eu estou com esse discurso todo e com essa iniciativa de "correr atrás".