Eu não sei de onde vem esse cansaço, esse desânimo terrível. Eu não sei apontar onde dói, mas a dor que sinto é enorme. Muitas vezes não penso em nada quando estou sentada em abandono, com olhos tristes, miúdos, a olhar o nada.
É preciso ter muita força pra sair desse momento, levantar e ir fazer alguma "outra coisa". Até porque não há nada que eu queira fazer.
É preciso ter muita força pra sair desse momento, levantar e ir fazer alguma "outra coisa". Até porque não há nada que eu queira fazer.
Ouço a minha psi dizendo, minha filha e minha amiga Mãezona dizendo: "Você tem que lutar contra isso. Você não pode se deixar vencer por esses sentimentos". Mas eu tenho feito o que posso, o que consigo, e nem todos os dias eu venço a batalha.
Coisas comuns, necessárias, tornam-se uma verdadeira tortura realizar, como ir trabalhar, ouvir as vozes e os temas das conversas dos meus colegas, sair para comprar pão do outro lado da rua, ou ir ao supermercado. Minha energia ao acordar pela manhã acompanha minha pressão arterial, que é sempre muito baixa. E essa bateria termina por volta das dez horas, que é quando já estou com o raciocínio confuso, e, por dentro, me arrastando em vez de andar. Sem fome, almoço mínimo e forçado, e um desabamento de cansaço, desânimo e muito sono. Isso tem me impedido de frequentar assiduamente o trabalho da tarde. E eu lutei muito para conquistá-lo, eu necessito muito dele, mas sinto as coisas fugindo entre os meus dedos.
Queria meu lugar, meu canto, meu silêncio que tanto amo, queria a privacidade de chorar sem receio de ser vista, sem perguntas a responder; queria ficar na cama até que viesse a vontade de levantar, de tomar um banho e de ver, ouvir alguém. Queria me isolar mesmo, sair de circulação, sumir. Queria tomar um remédio mais forte, que me desse essa energia que me falta, e ânimo para me lançar no dia pela manhã e sustentá-lo até o fim.
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