10 de mai. de 2010

Onze anos de luta contra a depressão.

Em 1997 eu tomei antidepressivo pela primeira vez. Depois de um porre com meu pai, fui hospitalizada e depois da alta, ainda mal, retornei ao hospital. Conversando por algum tempo...
...comigo, o médico disse que eu tinha depressão. Perguntei por que ele havia chegado a esse diagnóstico e o ouvi dizer que dentre outras coisas, por tudo o que eu havia dito nos dois primeiros dias de internação. Eu não conseguia me lembrar. O remédio era Deprax, ou seja, fluoxetina, e, além disso, tomei vitaminas, pois eu estava também com estafa. Segui a recomendação médica de ficar longe de tudo, casa, trabalho, faculdade, por uns dias, que foram cinco, e viajei para uma cidade do litoral, sozinha. Quando voltei ao trabalho percebi que algumas coisas tinham mudado, por exemplo, eu não tinha mais na cabeça o banco de dados dos clientes e precisava olhar todos os dados nos arquivos na hora de fazer uma fatura. Antes eu sabia tudo de cor, nomes, CPF, CNPJ, endereços... dali por diante, tudo havia se apagado da minha memória. Um médico da minha confiança me disse um tempo depois: “Pra que você quer guardar tudo isso na mente? Foi mesmo bom você ter esquecido”, e eu entendi um dia que ele estava tentando me tranquilizar.
Passei por vários médicos depois disso, por anos seguidos e nunca mais parei de procurá-los. O único psiquiatra da minha cidade parecia um personagem de desenho animado, deve deter muito conhecimento, mas não sei se usa. Fiquei horas na frente dele falando qualquer coisa, pois eu não sabia o que devia dizer e ele não perguntava nada. Desisti dele depois de algum tempo.

De todos os remédios que já tomei, os nomes que consigo lembrar são: combinações com amitriptilina, nortriptilina, amitriptilina isolada, paroxetina, venlafaxina, citalopran, fluoxetina, e mais os tranqüilizantes conhecidos: diazepan, olcadil, aprazolan, rivotril, valium. Receitaram alguns que eu não tomei, ou porque eram muito caros, ou porque eu tinha medo de seus efeitos: sertralina, rohypnol. Nem vou citar todos os florais de Bach, chás, cápsulas naturais, quiropraxia, reiki, aromaterapia, acupuntura, hidroterapia, alinhamento de chakras, yoga, consultas espirituais Kardecistas, Vale do Amanhecer, caminhada, muitos e muitos psicólogos que interrompiam o ciclo da terapia. Esse ano eu entrei no mundo dos moderadores de apetite, depois de ter engordado dezesseis quilos, então, já tentamos sibutramina com fluoxetina, e não deu certo. Vamos começar femproporex com venlafaxina, depois que o endocrinologista não encontrou nos exames o motivo do aumento de peso.
Posso dizer que estou nessa luta, de maneira consciente, há onze anos, mas não sei dizer exatamente quando tive o primeiro sintoma, sei apenas que ainda na infância. Até hoje não tenho um diagnóstico preciso, já sei que não sou bipolar, nem esquizofrênica, mas ultimamente eu tenho sintomas de TOC. Mas disso eu quero falar numa outra postagem, bem como esclarecer como cada medicação agiu em meu organismo. Meu desejo é que escrever esse blog me acalme, diminua a ansiedade, os tremores e que ajude a alguém que passa pelas mesmas coisas.

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