Para saber mais sobre depressão, transtornos, ansiedade, tratamentos e terapias. Para aprender a conhecer-se a si mesmo. Para "tentar" entender uma pessoa com depressão.
6 de set. de 2011
O perigo mora ao lado.
"A consciência genuína nos impulsiona a ir ao encontro do outro, colocando-nos em seu lugar e entendendo a sua dor. Somos tomados por gestos simples como desejar "bom dia" àqueles que não conhecemos ou ligar para um amigo só para dizer: "Olá, como vai? Estou aqui para o que der e vier!" Inundados de consciência, pedimos desculpas sinceras àqueles que magoamos ou ferimos num momento de equívoco. Agradecemos aos nossos pais pela oportunidade da vida e pelos ensinamentos de retidão. Vibramos e nos emocionamos frente à superação de um atleta, que derrama lágrimas ao subir no degrau mais alto do pódio.
Esse "sexto sentido" é que nos comove com as situações trágicas e também com a felicidade do encontro de irmãos separados desde a infância. Ele nos traz indignação frente ao preconceito, ao desrespeito às regras sociais, à intolerância ao próximo, à falta de educação, à corrupção e à impunidade.
A consciência nos inspira a zelar pelo nosso animal de estimação e a nos desesperar pelo seu desaparecimento. Inspira-nos a chorar copiosamente com o nascimento de um filho e acompanhá-lo rumo à descoberta do mundo ao seu redor. Permite-nos sentir a profundidade de uma bela melodia, apreciar a exuberância de uma flor e exclamar: "Nossa, que linda!"
A consciência gera movimentos de extrema grandeza pela paz e leva milhares de pessoas às ruas para protestar contra a violência; impulsiona o sacrifício voluntário e incondicional de pessoas que lutam em prol da humanidade. Ela alegra nossos corações com os primeiros raios de sol, anunciando que o dia será
mais colorido, e também com a chuva que faz brotar a plantação, garantindo o nosso "pão de cada dia".
É a consciência que nos impele a doar órgãos em momentos de extrema dor e a torcer por um final feliz. Impulsiona indivíduos a salvar muitas vidas, mesmo sabendo que pode ser o seu próprio fim. Leva-nos às preces, às orações e às correntes do bem na esperança de dias melhores. Movimenta-nos contra a seca, a fome, o desmatamento das florestas e a destruição da camada de ozônio, que colocam em risco o rumo do planeta e o futuro das novas gerações. Enfim, nos pequenos ou nos grandes gestos, a consciência genuína - e somente ela - é capaz de mudar o mundo para melhor.
Os psicopatas: frios e sem consciência.
Eles vivem entre nós, parecem fisicamente conosco, mas são desprovidos deste sentido tão especial: a consciência. Muitos seres humanos são destituídos desse senso de responsabilidade ética, que deveria ser a base essencial de nossas relações emocionais com os outros. Sei que é difícil de acreditar, mas algumas pessoas nunca experimentaram ou jamais experimentarão a inquietude mental, ou o menor sentimento de culpa ou remorso por desapontar, magoar, enganar ou até mesmo tirar a vida de alguém. Admitir que existem criaturas com essa natureza é quase uma rendição ao fato de que o "mal" habita entre nós, lado a lado, cara a cara. Para as pessoas que acreditam no amor e na compaixão como regras essenciais entre as relações humanas, aceitar essa possibilidade é, sem dúvida, bastante perturbador. No entanto, esses indivíduos verdadeiramente maléficos e ardilosos utilizam "disfarces" tão perfeitos que acreditamos piamente que são seres humanos como nós. Eles são verdadeiros atores da vida real, que mentem com a maior tranquilidade, como se estivessem contando a verdade mais cristalina. E, assim, conseguem deixar seus instintos maquiavélicos absolutamente imperceptíveis aos nossos olhos e sentidos, a ponto de não percebermos a diferença entre aqueles que têm consciência e aqueles que são desprovidos desse nobre atributo."
Fonte: Livro Mentes Perigosas, de Ana Beatriz Barbosa Silva.
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