4 de ago. de 2013

Colorido, eu escolhi colorido!

Oi gente. Sumida, né?! Então, eu fui ali criar uma página no Facebook e fiquei meio perdida entre o blog e a fan page, sem saber direito onde publicar. Na verdade ainda estou assim, rsrsrs. Mas vamos fofocar um pouquinho aqui mesmo. Correria, trabalho novo (desde junho), viagem, problemas com filhos, com pai, com o "ficante", enfim, a vida bem mesmo como ela é, nada de anormal.
Estou trabalhando numa empresa muito boa, que tem vários programas legais para os funcionários, como academia, massagem, nutrição, cursos e tal. Gosto muito de lá, mas como nada no mundo é perfeito, estou muito insegura em relação à minha chefe. Ela é uma pessoa muito competente, mas exagera em alguns pontos, é muito rígida com o próprio modo de ser e exige que a gente seja como ela (e não estou falando em profissionalismo porque isso eu tenho). Daí eu tenho medo de não aguentar agir o tempo todo em desacordo com a minha natureza. Tudo bem... vamos em frente que Deus é que sabe do que virá.
A-í, falando de tratamento, eu continuo com a psiquiatra gracinha e fofinha, tenho ido a cada quarenta dias, pego as receitas, converso bastante e sigo tomando sertralina, o que me fez muito bem quando eu estava andando cabisbaixa novamente, em meados de março deste ano. Já falei que não tenho nada contra antidepressivos, e que sei como agem e como podem ser nossos aliados. Não tenha preconceito você também, pode te ajudar muito.
Minha filha parece dar os primeiros passos por esse mesmo caminho, infelizmente, de depressão, e mais infelizmente ainda, síndrome do pânico (leia AQUI sobre isso). Não tem mostrado reagir bem ao problemas corriqueiros da vida, e sua resposta frente às dificuldades é a mesma que eu tive durante toda a minha vida: somatizar, ficar doente o tempo todo, tristeza, pânico, desespero. Considero que ela ainda está numa fase muito inicial, ainda não é grave, e estamos cuidando para que não seja, que não piore. Tento passar minha experiência pra ela, mas isso é uma grande bobagem porque cada um precisa ter a própria experiência. As minhas palavras apenas acenderão luzes de alerta (ou nem isso) e os passos que vai dar só ela decidirá. Estou pronta pra viver isso junto dela porque eu tenho a obrigação de ajudá-la a superar o que eu já superei.
Crescer dói muito, gente, e não vem sem sofrimento. Como diz Chico Xavier, o amadurecimento só vem com a transpiração, sejam as lágrimas dos olhos ou o suor do corpo. Depois de tudo, somos pessoas muito melhores, mais serenas, mais amáveis e mais amantes.
Tenho pensado bastante numa coisa. Em como eu cresci, em como mudei. Eu era uma pessoa muito triste, muito morta, muito nada, aqui mesmo se pode ver isso. Mas esse blog nasceu em 2009 e eu era assim muito antes disso, acho até que nasci triste. Lembro bem de um professor que tive em 1996, que pediu para fazermos um desenho que nos representasse e quando eu mostrei o meu e expliquei, era uma folha dividida ao meio e pintada de preto em um dos lados: "Preto e branco, meu mundo é preto e branco, não tem alegria, eu sou uma pessoa assim e minha vida não tem sentido. Eu vivo somente porque tenho responsabilidade com os outros".
Hoje eu faria bolas coloridas, flores, balões, um gramado, pessoas correndo, um sol radiante. Porque hoje eu sou uma pessoa colorida, cheia de vida, e sempre há um sol dentro de mim, brilhante, quente, porque minha vida é o próprio sentido, é a razão de tudo, e eu tenho um mundo inteiro pra conhecer, lugares para ir, músicas pra cantar, e acho que nem vai dar tempo de fazer tudo que eu quero.
Como assim? Por que essa mudança? Quem era essa outra pessoa? Ou melhor, quem é essa pessoa agora?
Sou eu, que pareço ter renascido na mesma vida, na mesma encarnação. A vida tem problemas sim, os mesmos de antes, uns bem maiores e mais complicados, mas eu tenho outro modo de reagir a isso, tenho um outro olhar sobre tudo. Então sobra mais eu pra viver, pra sorrir (muito) e pra aproveitar o dia, pois não estou totalmente ocupada em ficar triste e mostrar pra todo mundo que estou triste (autopiedade).
Fico triste, claro que fico, fico chateada, com raiva, fico com medo às vezes, mas esses sentimentos não são os generais, os coronéis de mim. Eu estou no comando, eu decido, e decido até se quero me entregar.
Não foram os remédios que fizeram isso comigo. Remédio não tem esse poder. Mas os remédios me deram condição de pensar sobre tudo isso e de enxergar as coisas com clareza, sem a névoa da depressão. Os remédios foram uma ponte no abismo, e eu não precisei descer ao fundo para atravessá-lo. Essa é a função do medicamento, é uma muleta, uma tipoia que a gente usa por um tempo enquanto o osso se recupera e até conseguirmos caminhar normalmente de novo.
Não tenha preconceito com remédios. Aceite-os, aprenda com eles, e deixem que façam o trabalho deles, e faça você também o seu trabalho.

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