18 de mar. de 2009

18 de março

Eu sinto a crise chegando. Como uma nuvem escura ela vem com o vento, aquele vento que traz poeira e areia pros olhos da gente. Então, no meio de uma conversa boba de algum grupo onde estou, depois de ficar calada alguns minutos, sinto-me irritada com tudo e com todos.
As vozes começam a ficar muito altas, os risos, as brincadeiras. Os ruídos em volta, arrastar cadeiras, bater talheres, pratos, deixar algo cair, sirenes, telefones, uma palma de quem precisa chamar a atenção dos demais... Tudo se torna extremamente alto e as imagens passam a aumentar de tamanho. Eu fecho os olhos, fecho os punhos e tento tapar os ouvidos. Ninguém em volta percebe. Meu coração acelera e a respiração fica curta e rápida. Aperto as mãos com muita força, e tento controlar uma inquietação nas pernas e pés, com movimentos repetidos. Vontade de correr, de fugir dali, de dar um grito bem alto, mais alto do que tudo o que escuto, e pedir socorro, pedir que façam silêncio, que fiquem quietos. Tenho medo de que alguém brigue comigo, me repreenda por algo que nem consigo imaginar o que seria. Tenho medo de ficar sozinha, de que todos saiam e não me vejam ali paralisada, sem poder me mexer, e eu fique ali sozinha. Tenho medo de não conseguir controlar isso tudo, e qualquer dia, na frente de todos, eu tenha um ataque "de loucura", agrida alguém, destrua algo.

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