1 de jun. de 2012

Em casa!

Falei tanto que estava voltando pra casa. Falei até meio com medo de não encontrar esse lugar nunca mais. Claro, é natural, depois dessa inquietação que me faz mudar de cidade tantas vezes. Mas eu estou em casa, afinal.
Bem alto: EU ESTOU EM CASA, AFINAL.
Tenho paredes que me cercam quando eu chego arrasada do trabalho, querendo sossego. Eu tenho um trabalho… aliás, que bom que eu sempre tenho um trabalho. Existe uma regularidade muito boa em minha vida agora. Eu pago as minhas contas, compro as coisas que desejo, levanto o nariz e desço a minha rua sem dever nada a ninguém (satisfação, principalmente). Tenho um trabalho muito desafiador, onde sou mais vendedora do que qualquer outra coisa, e que me estimula e me ensina todos os dias. Faço apenas o que quero do meu tempo livre, inclusive “niente”.


E o mais impotrante: eu aprendi a admirar essa pessoa que eu sou. Aprendi a aplaudir as minhas conquistas, a reverenciar as muitas e muitas vezes em que eu saí de buracos que pareciam não ter fundo. Aqui estou eu, mais humana, mais íntegra, mais civilizada, porque as lambadas da vida me forçaram a ser assim. Talvez eu nunca seja tudo o que eu quero, nem tenha tudo o que desejo, mas o mais importante é nunca deixar de querer ter e ser, pois isso vai sempre me colocar à frente.
Todas as manhãs, quando eu estou indo para o trabalho, eu tomo consciência das minhas fraquezas. Eu aguento com muito esforço o cheiro de algumas pessoas no ônibus cheio (isso é o TOC), e eu sei que não sei ainda lidar com relações que impõem dependência material – fico insuportável até para mim mesma. Mas, veja só, eu já sei disso! Agora é muito fácil melhorar essas coisas. Admitir, se conhecer é o mais difícil, e isso eu aprendi com muitas pessoas formidáveis no ano passado. (Valeu gente!)
Eu não tomo antidepressivo regularmente há um bom tempo, acho que desde maio do ano passado. Também nada de terapêuta, psiquiatra… Eu deveria, mas as condições em que vivi até agora não me favoreceram. E depois disso, eu acho que não estou precisando.
Aqui no Rio de Janeiro, alguns amigos que fiz no início já não são mais amigos. Os interesses (ou os gênios) se desencontraram. Mas eu estou curtindo muito a minha filha e o gato que adotamos (Gattuno). Gosto muito de sair aos finais de semana, andar por aí, caminhar na praia, olhar nos olhos das pessoas nos cruzamentos e curtir a reação delas… Gosto muito de cuidar da minha casa (quando a preguiça deixa), de ficar à toa, de passar os sábados na Tijuca com a Letícia, me ambientando ao lugar onde irei morar em breve, e como diz ela, para não esquecer de onde eu vim.

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