15 de jun. de 2012

Obesidade invisível


Passei de "cheinha" para obesa grau I, depois perdi a metade desse peso adquirido e agora acho que tô meio "sem identidade" física. Não estou tendo a noção correta do meu corpo, mas comemoro o emagrecimento saudável que alcancei.
Já falei aqui algumas vezes que engordei 23 quilos entre outubro de 2009 e janeiro de 2011. Infelizmente isso coincidiu com fatos importantes da minha vida, como meu casamento, por exemplo, e veio junto com outros e outros problemas e transtornos. Eu vivi a amargura de deixar minhas roupas 42 e M para 46 e GG e muitas vezes nem GG me serviam. Não me sentia atraente (pudera!) e não atraia meu marido. Não tinha disposição alguma para qualquer coisa que exigisse o mínimo esforço físico (sexo, então…).



Hoje eu voltei aos 44 (com folga) e M (êêêêêêêêêêêêêêêêêêêba) e só agora eu consigo enxergar coisas que eram invisíveis naquele tempo. Vejam só: eu percebi que estava engordando até os primeiros dez quilos, e fui a médicos, tentei academia e tal. Mas acima de dez quilos eu não percebi mais a diferença. É como se eu tivesse estacionado nos dez primeiros e o restante não tivesse mais capacidade de mudar minha forma. E eu passei a usar uma calça de malha, preta, uma única calça jeans (horrorosa) e dois vestidos muito largos. Isso era tudo que eu usava, em casa ou na rua. Ah, fora uns três conjuntos para trabalhar, todos enormes, disformes e de muito mau gosto.
Em agosto do ano passado eu já tinha perdido mais de dez quilos, mas até hoje eu ainda tenho mente gorda, na hora de escolher roupas novas, ou quando eu me vejo em fotos atuais e não acredito que “estou tão diferente” (e graças a Deus). Aí, eu vejo fotos de 2010, ai gente… eu "toda arrumada", numa degustação de vinhos… Jesus, de calça jeans (aquela horrível que falei), com uma camiseta baby look e tênis de ginástica… meu Deus, que bom que a gente tem senso crítico, mesmo que tardio. E em várias outras fotos eu sempre de legging e com uma camisetona qualquer.
Onde estava eu? Essa eu que tem atitude, que tem bom senso, que tem autocrítica? Por que eu me odiava tanto assim para me maltratar desse jeito? (bem que eu sei a resposta, você sabe também?)
Aquilo era falta de amor próprio, de consideração comigo mesma, e mais do que isso, era tortura. Não era apenas ignorar minha própria existência, era me castigar, me desvalorizar, era uma enorme desculpa para que o outro tivesse razão em me fazer tanto mal (meu casamento ruía). As coisas que o ex fazia comigo precisavam de um motivo, uma explicação, um respaldo, e eu estava dando isso a ele.
Gente, não é por nada não. Mas eu comprei cinco vestidos no último feriado. Uma graça, muito fofos, ficaram lindos no meu corpo. E eu não perdi todo o peso que ganhei, ainda. Mas já estou muito de bem comigo, obrigada. De uma certa forma, estou arrumando a casa para dar uma festa, a festa da minha chegada de retorno dessa viagem tão longa. Vocês estão todos convidados. Assim que tiver dia marcado eu aviso.

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