Há cinco dias não venho aqui. Somente ontem consegui vencer o desejo de ficar no quarto, e dormindo, o que talvez seja pior. Hoje eu me sinto mais disposta, sem sonolência, menos tontura - até limpei o chão da casa! - algo está mudando. Bom, eu pensei sobre isso, e não quero que mude como das outras vezes, como se a crise fosse somente enfiada embaixo do tapete pra explodir mais forte um tempo depois, exatamente como agora. De novo, eu não sei dizer o que deu início a isso, não sei dizer se quero que isso passe, e quando estou encolhida num canto com o olhar perdido, não sei o motivo. As respostas que eu encontro, quando procuro, são vagas.
Não quero sair de casa nem mesmo para comprar pão do outro lado da rua, não quero ver ninguém (já sou obrigada a ver a multidão durante o trabalho), não quero falar, não quero comer, não quero ver tv e não há nenhuma música que me interesse. Falei que ia aprender a tocar violão, faz uma semana, e até agora não fui ver um professor. (... agora faço uma pausa longa, olhando pros lados, sem saber o que mais escrever).
Já não me importa tanto se Ele não telefona, nem manda torpedos, e-mails. Já defini que minha crise pode até ter começado com a participação dEle, mas não é por Ele que ela continua. Sendo assim, acho que era pra acontecer em qualquer situação, e esse foi o infeliz que apertou o botão de Start.
Meu quarto é um lugar seguro, escuro, acolhedor. No meu colchão eu posso me esticar, me encolher como um feto, colocar um CD e não prestar atenção no que está tocando, e decidir se deixo ou não o dia entrar. Ontem eu saí, fui tomar suco na casa de um amigo, e depois de uns quarenta minutos eu já queria voltar pra minha caverna, pra segurança "de mim mesma". COMO É ISSO? Segurança de mim mesma. Então eu me sinto segura quando estou isolada do resto do mundo... porque eu mesma não vou me magoar... me criticar... me rejeitar... Tem algo aí. Ajude-me aí o psicanalista de plantão.
Olha, não é que a crise esteja passando. Minha cabeça continua confusa, meu sentimento tá rasgado em carne viva. A medicação deve estar começando a fazer o "efeito controle de surtos". E mais uma vez, eu ando sim para o trabalho, faço o que tenho que fazer, mas com o olhar vazio, com um semblante de doente (como dizem os tantos que me olham nessa atuação). A tristeza tá estampada, só não tá virando vontade de sair correndo e gritando. Eu até penso em fazer isso às vezes, mas não tenho "coragem?", "força?". Bom o papel do tal remédio deve ser esse.
Eu queria fazer assim: deitar no meu colchão, com meu lençol rasgado, fechar a porta e deixar o mundo correndo lá fora, dias e dias, todo mundo vivendo normalmente, como se eu tivesse viajado, por vários dias, até eu ter vontade de voltar a fazer parte disso (dessa vida).
Não tô conseguindo orar. O máximo que consigo dizer é "Meu Deus, me ajude", e pronto.
Sinto falta da minha mãe, e voltou a sensação de que ela não morreu, mas está por aí, e que eu vou encontrá-la um dia desses. Às vezes eu tenho vontade de "ir vê-la na UTI", e passo em frente a algum hospital e quero entrar e dizer que vim visitar minha mãe que está internada. Já se passaram três anos. Onde ela estará agora?
Peraí! Se eu não tenho vontade de fazer nada, por que eu faço? Não quero trabalhar, enfrentar tudo aquilo, então por que vou? Não quero sair do quarto, então por que saio? Eu queria saber definitivamente qual é o problema que eu tenho, qual o nome da minha síndrome, fobia, patologia, psicopatologia, neurose, ou o diabo que o carregue. (desculpe).
Não quero sair de casa nem mesmo para comprar pão do outro lado da rua, não quero ver ninguém (já sou obrigada a ver a multidão durante o trabalho), não quero falar, não quero comer, não quero ver tv e não há nenhuma música que me interesse. Falei que ia aprender a tocar violão, faz uma semana, e até agora não fui ver um professor. (... agora faço uma pausa longa, olhando pros lados, sem saber o que mais escrever).
Já não me importa tanto se Ele não telefona, nem manda torpedos, e-mails. Já defini que minha crise pode até ter começado com a participação dEle, mas não é por Ele que ela continua. Sendo assim, acho que era pra acontecer em qualquer situação, e esse foi o infeliz que apertou o botão de Start.
Meu quarto é um lugar seguro, escuro, acolhedor. No meu colchão eu posso me esticar, me encolher como um feto, colocar um CD e não prestar atenção no que está tocando, e decidir se deixo ou não o dia entrar. Ontem eu saí, fui tomar suco na casa de um amigo, e depois de uns quarenta minutos eu já queria voltar pra minha caverna, pra segurança "de mim mesma". COMO É ISSO? Segurança de mim mesma. Então eu me sinto segura quando estou isolada do resto do mundo... porque eu mesma não vou me magoar... me criticar... me rejeitar... Tem algo aí. Ajude-me aí o psicanalista de plantão.
Olha, não é que a crise esteja passando. Minha cabeça continua confusa, meu sentimento tá rasgado em carne viva. A medicação deve estar começando a fazer o "efeito controle de surtos". E mais uma vez, eu ando sim para o trabalho, faço o que tenho que fazer, mas com o olhar vazio, com um semblante de doente (como dizem os tantos que me olham nessa atuação). A tristeza tá estampada, só não tá virando vontade de sair correndo e gritando. Eu até penso em fazer isso às vezes, mas não tenho "coragem?", "força?". Bom o papel do tal remédio deve ser esse.
Eu queria fazer assim: deitar no meu colchão, com meu lençol rasgado, fechar a porta e deixar o mundo correndo lá fora, dias e dias, todo mundo vivendo normalmente, como se eu tivesse viajado, por vários dias, até eu ter vontade de voltar a fazer parte disso (dessa vida).
Não tô conseguindo orar. O máximo que consigo dizer é "Meu Deus, me ajude", e pronto.
Sinto falta da minha mãe, e voltou a sensação de que ela não morreu, mas está por aí, e que eu vou encontrá-la um dia desses. Às vezes eu tenho vontade de "ir vê-la na UTI", e passo em frente a algum hospital e quero entrar e dizer que vim visitar minha mãe que está internada. Já se passaram três anos. Onde ela estará agora?
Peraí! Se eu não tenho vontade de fazer nada, por que eu faço? Não quero trabalhar, enfrentar tudo aquilo, então por que vou? Não quero sair do quarto, então por que saio? Eu queria saber definitivamente qual é o problema que eu tenho, qual o nome da minha síndrome, fobia, patologia, psicopatologia, neurose, ou o diabo que o carregue. (desculpe).
"porque eu mesma não vou me magoar... me criticar... me rejeitar". Já eu, me critico e me rejeito desde os 8 anos de idade. É um inferno não gostar de viver em mim. Mas eu vou tentar mais uma vez tentar sair disso.
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